A «salvaguarda da criação não é apenas uma questão ética, mas teológica», afirma o Papa

Vaticano publicou hoje a Mensagem do Papa Francisco para o «Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação»

O Papa Francisco afirmou hoje que “salvaguarda da criação não é apenas uma questão ética, mas é eminentemente teológica”.

“Na realidade, diz respeito ao entrelaçamento entre o mistério do homem e o mistério de Deus. Este entrelaçamento pode dizer-se que é ‘generativo’, na medida em que remete para o ato de amor com que Deus cria o ser humano em Cristo”.

Na mensagem para o «Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação», que assinala no próximo dia 1 de setembro, Francisco lembra que esta “motivação transcendente (teológico-ética) que compromete o cristão a promover a justiça e a paz no mundo” e assim a “viver uma fé encarnada, que sabe entrar na carne sofredora e esperançosa das pessoas, partilhando a expectativa da ressurreição corporal a que os fiéis estão predestinados em Cristo Senhor”.

Sob o lema «Espera e age com a criação» a missiva parte da carta de São Paulo aos Romanos para interpelar sobre “quando realmente acreditamos, como é que temos fé?”.

“O Espírito torna os fiéis criativos, proativos na caridade. Coloca-os num grande caminho de liberdade espiritual, não isento da luta entre a lógica do mundo e a do Espírito, que têm frutos opostos entre si (…) o primeiro fruto do Espírito, síntese de todos os outros, é o amor”, reforça o Papa.

Para Francisco trata-se de “testemunhar esta feliz esperança” nos “dramas da carne humana” com “os olhos abertos, animados por visões de amor, fraternidade, amizade e justiça para todos”.

“A salvação cristã entra no âmago da dor do mundo, que não atinge apenas o ser humano, mas todo o universo, a própria natureza, o oikos do homem, o seu ambiente vital; ela abarca a criação como ‘paraíso terrestre’, a mãe terra, que deveria ser lugar de alegria e promessa de felicidade para todos”, desenvolve.

Questionando o “porquê de tanta injustiça, tantas guerras fratricidas que provocam a morte a crianças”, o Papa pede um olhar de esperança que permita “uma leitura alternativa da história e dos acontecimentos humanos: não ilusória, mas realista, do realismo da fé que vê o invisível”.

Esperar e agir com a criação significa, antes de mais, unir forças e, caminhando juntamente com todos os homens e mulheres de boa vontade, ajudar a «repensar a questão do poder humano, do seu significado e dos seus limites”, apela.

No final da mensagem Francisco recorda a necessidade de gerar “harmonia entre os homens” extensível “à criação, a partir de um ‘antropocentrismo situado responsabilidade por uma ecologia humana e integral, caminho de salvação da nossa casa comum e dos que nela vivemos”, completa.

Imagem: Unsplash

Educris|28.06.2024 



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