Uma oportunidade «de estar juntos» e perceber «a dimensão nacional da disciplina»

Professores sublinham importância do tema do encontro e da dinâmica que a EMRC implementa nas escolas portuguesas

Dimas Pedrinho, da equipa nacional da EMRC, afirmou ontem que o Encontro Nacional da disciplina para os alunos do 1º ciclo é sempre uma “oportunidade de fazer festa com os meninos” num local que os convoca”.

“Quisemos oferecer-lhes esta mensagem de ‘ir ao encontro do outro’, à semelhança de Maria que foi ter com Isabel. Com os seus gestos de bondade como crianças, podem fazer a diferença. Um amigo feliz, ajudar alguém, dizemos no lema do encontro: Podem dar + cor à vida. Inspirámos-mos neste mote do Papa Francisco para também aqui convidarmos os nossos meninos a estes gestos que dão alegria, felicidade e cor”.

Num encontro que começou a ser preparado “muito antes de acontecer” a equipa nacional da EMRC desafiou as escolas a “um conjunto de ações concretas”, na linha do tema anual.

“No âmbito da preparação deste encontro, e na linha dos conteúdos da disciplina, propusemos às escolas que analisassem este desafio do Papa e procurassem reproduzir, em desenhos feitos pelos meninos, esta mensagem. Um gesto de bondade de cuidado, ou a própria cena bíblica de Maria que visita Isabel.

Num encontro que se repete há 21 edições, Dimas Pedrinho sublinha a importância do “encontro uns comos outros” num local “que lhes diz muito com uma mensagem muito própria. Propusemos atividades de âmbito cultural com mensagem e em termos celebrativos estaremos todos juntos com D. António Moiteiro, num momento de festa”.

Para o responsável a EMRC concorre para uma aprendizagem dos valores e “desafia os alunos a estar atentos aos outros e a serem capazes de cuidar uns dos outros”, tal como “Maria que se levantou e partiu, apressadamente, para ajudar a sua prima Isabel”, completou Dimas Pedrinho.

Durante o dia os alunos participaram numa peça teatral que “passa uma mensagem clara de cuidado pelo outro, de valorizar o outro”.

“Antes de cada sessão teatral tivemos uma dinâmica baseada no simbolismo do coração e das mãos. Tem a ver com o tema de Maria que se levanta e vai te com Isabel e trouxemos estas mãos e o coração que mais não é que o amor em ação. Estabelecesse um diálogo com os meninos para concluir que o coração e a mãos precisam mutuamente uns dos outros”, completa.

O 1º ciclo é um grande desafio para a EMRC

Presente no encontro, com mais 50 alunos, Nuno Bessa, do Agrupamento de Escolas da Murtosa, na Diocese de Aveiro, admite que o ensino da disciplina a alunos tão pequenos é “exigente”.

“Apostámos na EMRC no primeiro ciclo há 15 anos. Foi-nos lançado o desafio pelos próprios pais, a lei permitia-o, e foi uma aposta e um risco para onde me atirei de cabeça”, recorda.

O docente recorda que teve que “aprender a trabalhar com os mais novos”, socorrendo-se dos professores titulares e procurando “linguagens e tipologias próprias de ensino-aprendizagem”.

“Estar no encontro é uma forma de mostrar às crianças que fazem parte de uma grande família e que são muitos nesta disciplina que complementa em muito para uma educação integral”, indica o docente.

Perante as várias dinâmicas propostas os alunos “tem alguma dificuldade em perceber o que é a disciplina. Pensam que é como o trabalho desenvolvido na monodocência. Ao realizarem as diferentes tarefas, a conversar sobre valores e a relacionar-se uns com os outros comentam, não poucas vezes, que ‘estamos a falar da nossa vida’. Estamos a ensinar sobre a amizade, a solidariedade a ajuda ao outro. Isso tem repercussões nas suas ações do dia a dia e na própria escola”, completa.

De Bragança, Maria da Luz Vicente Afonso, adjunta do Direção do Agrupamento de Escolas Abade Baçal, corrobora a opinião do colega de EMRC e sustenta que a disciplina “é vital na estratégia da educação para a cidadania” proposta pelo Ministério da Educação.

“Venho aqui há 12 anos. É sempre uma grande emoção por que para além de acompanhar os alunos nas aulas de EMRC, e estar dentro dos conteúdos desta disciplina, percebo que quando mais precocemente iniciarmos estas aprendizagens mais fundamentado fica a formação e a construção da personalidade dos nossos alunos”.

Num olhar para o perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória, onde a estratégia para a cidadania se configura como “o chapéu do sistema educativo”, a EMRC “encontram substancialmente nos conteúdos da educação para a cidadania. Estão de tal forma articulados que as nossas atividades envolvem a EMRC, os professores de cidadania para a construção dos domínios de autonomia curricular”, desenvolve.

“É preciso perceber que o saber é único, não está compartimentado em disciplinas. Se conseguirmos trabalhar desta forma os saberes e as aquisições são mais fáceis”.

A escola Abade Baçal teve, desde a primeira hora, a disciplina de EMRC no primeiro ciclo num desafio de educar integralmente os alunos.

“Nestes tempos em que a escola passa momentos desafiantes em termos de valores a presença das aulas de EMRC constituem-se como uma grande ajuda na formação dos mais novos” completa.

O XXI Encontro de EMRC do 1º ciclo decorreu ontem em Fátima sob o tema «Com a EMR dou + Cor à Vida». A Iniciativa contou com a presença de 4500 alunos e professores oriundos de 70 agrupamentos e escolas de todo o país.

Educris|27.05.2023



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