Ecumenismo: «Viver a fé não é fácil. Precisamos uns dos outros», irmão Matthew
Prior da Comunidade Ecuménica de Taizé saudou portugueses, recordou memórias de juventude, e reforçou o apelo do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude de Lisboa
O irmão Matthew recordou ontem o “sentido de acolhimento e de hospitalidade” do povo português que sentiu aquando da sua primeira vinda a Portugal, na juventude.
“Lembro-me da primeira vez que fui a Portugal. Chegámos à cidade do Porto no final de julho, mas depois perdemo-nos e não sabíamos como encontrar o hostal onde queríamos dormir. Não posso esquecer a simpatia e a boa vontade dessas pessoas desconhecidas para com dois miúdos ingleses perdidos. Esta foi a minha primeira experiência em Portugal e sei que mantêm esse sentido de acolhimento e de hospitalidade”.
Na sua meditação, no final da oração da tarde de ontem, o religioso inglês reconheceu ser “uma grande alegria receber tantos jovens esta semana” e recordou o apelo do Papa na Jornada Mundial da Juventude de Lisboa.
“Os nossos irmãos estiveram presentes e só ouvimos coisas positivas sobre este evento que permitiu a tantos jovens de todo o mundo aprofundar a sua fé em Cristo e apoiar-se mutuamente. E quem pode esquecer o apelo do Papa Francisco para que “todos, todos, todos” possam encontrar um lugar na Igreja?”, interrogou.
Agradecendo a presença de D. António Moiteiro, bispo de Aveiro e vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, que acompanhou duzentos e cinquenta alunos do 11º e 12º anos, o prior de Taizé fez eco da Carta escrita para este ano, subordinada ao tema «Caminhando Juntos», para reforçar que “viver a fé sozinho na vida quotidiana não é fácil: precisamos uns dos outros”.
“Esta semana vocês tiveram uma experiência de escuta e de partilha. Será que isso ajudou alguns a descobrir ou a aprofundar o que significa confiar em Deus e nos outros?”, interpelou.
Por estes dias Taizé, uma pequena aldeia na região da Borgonha, no sul de França, acolhe cerca de mil e duzentos portugueses, na sua grande maioria alunos de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), naquela que é já apelidada pelos irmãos de Taizé como a «Semana Portuguesa».
Em Taizé, os irmãos da comunidade introduzem, diariamente, da parte da manhã, uma reflexão bíblica, seguida por um período de silêncio e de partilha em pequenos grupos. Da parte da tarde, os ateliês procuram aprofundar a relação entre a fé e a vida, o trabalho, a solidariedade, a arte e a cultura, a busca de paz no mundo, entre outras questões pertinentes da sociedade.