Lisboa: Reunião geral de professores apresenta desafios para o presente ano letivo

Mais de centena e meia de docentes participaram, no passado sábado, no encontro promovido pelo Secretariado Diocesano do Ensino Religioso (SDER)

Os professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) que lecionam na área geográfica do Patriarcado de Lisboa estiveram reunidos em assembleia geral de início de ano.

Aos docentes a diretora do SDER apresentou o plano de atividades do ano, com destaque para o encontro diocesano dos 2º e 3º ciclos e para o tradicional ‘jantar de reis’.

“O lema deste ano «Vai…com novos desafios» lembra-nos a importância da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, que vivemos em conjunto, e leva-nos a desejar ainda mais a comunhão procurando chegar a todos”, afirmou.

No Externato Liceal das Casas São Vicente de Paulo, e perante mais de centena e meia de docentes, a responsável lembrou “os colegas que vivem a experiência de lecionar a EMRC, nas diferentes escolas, completamente isolados” e apelou a “uma maior comunhão uns com os outros”.

“No SDER estamos disponíveis para todos e temos vindo a realizar um caminho de comunhão. Apoiemo-nos, olhemos à nossa volta, na nossa zona de intervenção, e trabalhemos em rede”, apelou.

Destacado no SDER, o professor João Barros deu a conhecer as redes sociais do secretariado de Lisboa e disponibilizou-se para “receber, conversar e ajudar todos os docentes que o solicitem”.

O professor de EMRC humaniza o espaço Escolar

Ainda durante a manhã os docentes escutaram Joana Alexandre, do «Grupo Vita», que apresentou “algumas recomendações para um programa de prevenção primária dos abusos a menores e adultos vulneráveis”, e deu a conhecer “o inquérito lançado em julho aos docentes da disciplina”.

“Vemos, com agrado, a participação de mais de três centenas e meia de profissionais de educação nesta primeira abordagem. Interessou-nos perceber o grau de envolvimento dos docentes de EMRC nestas temáticas pois temos consciência de que o professor de EMRC humaniza o espaço escolar e é a ele, muitas vezes, que recorrem os alunos em caso de abuso”, adiantou.

Para a docente do ISCTE o docente de EMRC desenvolve “uma relação especial, de maior proximidade, o que leva a que muitas vezes as crianças vos procurem para falar das suas questões familiares e mais íntimas”, situa.

Como membro do grupo consultivo do «Grupo VITA», criado pela Conferência Episcopal Portuguesa para o acompanhamento dos casos de abuso ocorridos dentro da Igreja Católica em Portugal, Joana Alexandre insistiu na ideia de que “os abusos são prevalentes em contexto familiar” e deixou alguma ‘dicas’ para a ação de prevenção em contexto escolar.

“Ensinamos, e muitas vezes bem, as nossas crianças a obedecer, mas precisamos de as educar para as questões do segredo quando estamos perante os abusos. Em média as crianças tentam contar a sua situação nove vezes”.

Aos docentes de Lisboa a especialista apresentou os dados preliminares do inquérito lançado aos professores de EMRC de todo o país.

“Destaco que 55% afirmam ter conhecimentos nesta matéria e 76% sentem-se confortáveis a abordar estas questões. Mais de 80% aborda os temas dos abusos nas suas aulas de maneira esporádica”, desenvolveu.

Para Joana Alexandre é necessário “tornar mais efetiva a apresentação destas temáticas” e convidou os docentes a “debruçarem-se sobre as aprendizagens da disciplina” de modo a perceber como se pode “integrar uma ação mais sistémica sobre aos abusos, de vários tipos”.

“Da parte do «Grupo Vita» podeis contar com a criação de materiais, sob a forma de ‘Kit Vita’, que vos ajudará a fazer “roll-plays e a ajudar, de modo mais efetivo, os vossos alunos”, completou.

No presente ano letivo a escola sob a influência do Patriarcado de Lisboa conta com 249 professores de Educação Moral e Religiosa. 4 professores lecionam pela primeira vez a disciplina.

Educris|02.10.2023



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