Bragança-Miranda: «Precisamos de levar à Escola a necessidade da EMRC», Jorge Novo

Responsável traça realidade da disciplina no nordeste transmontano e apresenta plano de ação que quer "reunir os vários agentes educativos e sociais"

O professor Jorge Novo considera que é tempo de “atuar de modo que a Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) seja sentida na escola como essencial”.

“Tenho para mim que a EMRC é mais essencial para a escola do que para a própria Igreja. Na escola a disciplina significa que existe um espaço que está mais além do que o simples saber-fazer”, aponta.

Para o diretor do Secretariado diocesano da EMRC de Bragança-Miranda, a disciplina “proporciona aos alunos uma educação que abarca o saber-ser e o saber relacionar-se”, vitais para um desenvolvimento harmonioso.

“Quando vemos a EMRC nas escolas percebemos que os alunos beneficiam com a pedagogia da disciplina realizada em conjunto com todo o corpo docente. A disciplina já a oportunidade de renovar o olhar sobre si, sobre os outros e sobre o mundo e sobre Deus”, sustenta.

Num olhar sobre a realidade da disciplina na área geográfica de Bragança-Miranda, Jorge Novo dá conta de “uma forte implantação nos centros urbanos e de uma escassez em algumas regiões”.

“Existe uma parte da diocese onde a disciplina é residual. Muito mais do que nos lamentarmos devemos procurar soluções, como Igreja, de modo que os alunos possam não ser prejudicados na sua formação pela não existência da EMRC”, desenvolve.

À margem de uma formação em Macedo de Cavaleiros, o responsável sustenta que a EMRC é na escola o lugar onde os alunos se tornam “protagonistas”, ganhando “um olhar renovado sobre a realidade, quer na perspetiva critica quer na perspetiva participativa”.

“Quando a EMRC está implantada na escola é de um potencial enorme. Ajuda os alunos a serem protagonistas do seu proprio lugar. É , ainda, uma plataforma que ajuda as outras disciplinas porque integra os diferentes saberes”, explica.

Numa diocese com “12 professores colocados” e mais “4 horários para preencher em concurso”, Jorge Novo dá conta de “um novo projeto do secretariado” que vai “reabilitar a disciplina em determinados territórios” e estabelecer pontes com os diferentes interlocutores.

“No secretariado temos como grande objetivo, refletir, planificar, agregar e executar um plano de ação construído por todos, e sobretudo com respostas claras os desafios que os alunos nos colocam. Chamámos-lhe ‘pontes para a EMRC na escola’ e quer colocar em diálogo as escolas os professores e alunos, os pais e a comunidade civil”.

“Sem a EMRC a escola não tem contacto com esta dimensão ética, antropológica e religiosa. Privar os alunos disto é privá-los de uma parte do ser pessoa. Não queremos deixar ninguém para trás e por isso é hora de fazer pontes de diálogo, de articulação e de intercambio”, considera.

O secretariado tem ainda um plano de formação e apoio aos docentes da disciplina de modo a garantir “que ninguém fica para trás ou sozinho”.

“Sendo uma diocese extensa vamos ajudar os docentes nas planificações, na própria gramática escolar. Queremos professores competentes a vários níveis, sendo o testemunho o primeiro, e naturalmente a questão pedagógica. Um professor capaz de agregar porque a EMRC não se faz somente na sala de aula”, conclui.

Professores reúnem-se a 4 de outubro

O Secretariado diocesano da EMRC vai promover, no próximo dia 4 de outubro, pelas 17h00, no auditório do edifício da União de Freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo, em Bragança, uma reunião geral de docentes da disciplina que lecionam na área geográfica de Bragança-Miranda.

“Esta será uma reunião para nos conhecermos e para renovarmos o nosso compromisso conjunto pela arte de realizar a EMRC ao jeito de Jesus Cristo, para fazer mais bela e plena de sentido a vida dos nossos Alunos, pois ensinamos pelo que sabemos e somos capazes de fazer, mas sobretudo pelo que somos e especialmente pelo que testemunhamos”, explica o secretariado em comunicado.

Do programa destaque para a apresentação de “projetos vários, e da definição dos tempos, os modos, os meios, os recursos e as parcerias”, necessárias.

A reunião termina com a eucaristia seguida de um jantar de confraternização.

Educris|29.09.2023



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