Mealhada: Novos manuais e recursos digitais reúnem cinco dezenas de professores

Equipas da revisão dos manuais e da criação dos recursos digitais da disciplina reuniram-se na Mealhada

O centro do país foi o local escolhido para o encontro presencial de cinquenta professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) que integram diferentes equipas de elaboração de manuais e de recursos digitais da disciplina, tarefa que se vem desenvolvendo ao longo dos últimos três anos.

“Foi um dia para olhar para o bem que os nossos professores têm vindo a fazer. Ao longo deste tempo contámos já com cerca de 80 professores, de várias Dioceses do país, num trabalho que é histórico para cada um e faz bem às nossas crianças, adolescentes e jovens”, aponta ao EDUCRIS o professor Fernando Moita, diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).

Para o diretor do SNEC, este é o tempo de “substituir os medos pelos sonhos” como pediu o Papa na Universidade Católica Portuguesa, aquando da sua visita no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, Lisboa 2023.

Num dia marcado pela meditação do texto bíblico que apresenta a parábola da árvore que dá bons ou maus frutos, consoante seja boa ou má, e da casa construída sobre a rocha (Lc 6, 43-49), o responsável desafiou os docentes a serem “empreendedores” para que se cumpra “o sonho de Deus para cada um dos nossos alunos”.

“A nossa Igreja também precisa deste empreendedorismo da nossa parte. Com esta capacidade fazemos história em cada criança a que somos enviados e alegramos a Deus, pois ajudamos a construir em cada um o sonho de Deus”, completou.

No início de novo ano académico o professor António Cordeiro, coordenador da disciplina no SNEC, agradeceu “o trabalho de tantos” e alegrou-se com “a riqueza do que vamos fazendo a este nível”.

“Quer a renovação dos manuais em papel, quer o digital, são mundos que se têm revelado de elevada exigência. Os nossos professores foram pioneiros nas escolas, na adoção de recursos e de estratégias que trouxeram a tecnologia para a sala de aula, e agora trata-se de fazer um trabalho de amadurecimento da nossa presença no digital sem perdermos a nossa identidade”, explicou.

Numa mensagem em áudio Bispo de Vila Real, e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), D. António Augusto Azevedo, agradeceu aos docentes “o árduo trabalho” e lembrou “os desafios que temos pela frente”.

“Obrigado pelo vosso trabalho. A CEECDF deseja que tenhais um ano muito produtivo. Temos muito trabalho pela frente e queremos que seja cada vez melhor”, desejou.

Voltar o foco para os alunos e ‘inovar’ para melhor aprender

Da equipa do 2º ciclo, a professora Cecília Lopes, que trabalha no Agrupamento de Escolas professor João de Meira, em Guimarães, destacou a importância de colocar o foco “nos alunos”.

“Toda a equipa trabalha com o objetivo de desenvolver as aprendizagens essenciais no diálogo com a cultura, atendendo ao ‘Perfil dos alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória’ e à identidade da nossa disciplina, com uma linguagem atrativa e cativante para a sua faixa etária”.

Ricardo Cunha coordenador da equipa do 2º ciclo, professor de EMRC no Agrupamento de Escolas Santos Simões, Guimarães, e que colabora, ainda, nos recursos digitais do ensino secundário, faz um balanço positivo do trabalho realizado até ao momento.

“Estamos a trabalhar há quase um ano na elaboração do manual do 5º ano, que para além do manual físico integra o digital. Neste momento temos a redação do 5º ano quase terminada, uma vez que estamos a analisar os contributos dos professores consultores em vista à paginação e desenvolvimento gráfico”.

No ‘mundo digital’ o segundo ciclo está já a “criar recursos que serão alocados à plataforma da Escola Virtual” e onde se “incluem questões de testagem que podem ser usados para avaliação formativa, para além de vídeos, slideshow e gamificação”, desenvolve.

A participar pela primeira vez num encontro de autores e criadores de conteúdos para a EMRC, Catarina Amaral, que leciona na ilha Terceira, considera que o trabalho em equipa, com professores de várias dioceses, tem “permitido repensar a disciplina a partir da ótica do aluno”.

“Tem sido um desafio fantástico. Estamos a repensar a disciplina a partir da ótica do aluno, de a tornar mais cativante, de conseguirmos criar pontes com outras disciplinas e esperamos elevar mais a EMRC”, considera.

Missão difícil, mas compensadora

Para Jorge Novo, coordenador da equipa que elabora recursos digitais para o 11º ano, (Unidade Letiva 4 «Civilização do Amor»; Unidade 5 «Religião, Diversidade e Encontro» e Unidade 7 «Ciência e Religião»), a missão tem sido “difícil”, mas de grande “regozijo”.

“Trata-se de trazer o sonho à realidade. Esta equipa conta com o António José Pinto, Ricardo Cunha, Alberto Pais, Paulo Magalhães e Pedro Barroso. Reunimos muito de modo virtual e temos já concluídas a 1ª e 2ª fase onde criámos ‘quizz’s’ e testes nas tipologias previstas para a plataforma da Porto Editora”.

Na próxima fase a equipa do digital do secundário vai “dar prioridade aos textos bíblicos, e a outros de natural destaque” e tem já concluído “um levantamento [na Escola Virtual] de recursos digitais de outras disciplinas que podem ser utilizados no processo de ensino-aprendizagem de EMRC” e “uma série de conteúdos disponibilizados pela RTP Ensina” para a disciplina.

“No fundo o que pretendemos é que tudo o que se faça seja proveitoso, em primeiro lugar para os professores, de modo a inovar e a trazer dinâmica, e para os alunos no sentido de aprenderem melhor”, completa.

Bento Oliveira, que coordena a equipa de criação de recursos digitais para o 3º ciclo, faz o ponto de situação de um trabalho iniciado em março.

“Começámos o trabalho em março, com os vários parceiros e temos já os guiões do 7º ano realizados. Estão a ser produzidos agora pelas equipas. Temos o 8º ano já em andamento e queremos ter, até novembro, os do 9º ano concluídos”.

Imagem: Ricardo Cunha

Educris|19.09.2023



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