Lisboa: Fátima Nunes é a nova responsável diocesana da EMRC

Professora foi a escolhida para liderar o Secretariado do Ensino Religioso Escolar (SDER), do Patriarcado de Lisboa

Fátima Nunes, 60 anos, professora de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) desde 1987, foi a escolha de D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, para dirigir os mais de 280 professores que lecionam a disciplina de EMRC na área geográfica do Patriarcado.

A nomeação, do passado sábado, foi acolhida pela docente “com surpresa, temor e grande sentido da responsabilidade”.

“Foi uma surpresa para mim, não tanto a nomeação em si, mas o convite do sr. D. Manuel que manifesta um grande voto de confiança. Não estava nos meus projetos nem fazia parte dos meus sonhos. Nunca tinha pensado no assunto. Assumo esta função como uma missão”, explica ao EDUCRIS.

A colaborar, como professora requisitada ao Ministério da Educação, com o secretariado de Lisboa desde o ano letivo 2009/10, Fátima Nunes torna-se assim na primeira mulher leiga a assumir o cargo.

“Não creio que o facto de ser mulher tenha pesado na escolha. É a primeira vez que temos uma mulher, e leiga no cargo, mas penso que isso também manifesta não apenas os sinais que a Igreja está a realizar, na valorização dos leigos, mas também o modo como o nosso diretor, o padre Paulo Malícia, conduziu o SDER e foi refletindo sobre este trabalho”, sustenta.

Para o próximo ano letivo, e com inúmeros desafios que se levantam à EMRC, Fátima Nunes vai “priorizar os professores” e o seu trabalho nas escolas.

“Precisamos de apoiar e acompanhar os nossos professores enquanto ‘cara’ da disciplina nas escolas. Esta disciplina faz sentido no currículo porque traz consigo a dimensão religiosa e espiritual que completa a restante formação. Daí ser, na globalidade, tão bem aceite estar tão impregnada nas realidades educativas. Os valores humanos e cristãos são inerentes e os outros docentes querem a presença da disciplina. O mundo da escola sem a presença dos valores cristãos é mais pobre”, precisa.

Consciente de uma realidade plural nas escolas, Fátima Nunes “lamenta os equívocos que subsistem em alguns lugares” e mostra-se “pronta a fazer caminho”.

“Infelizmente temos alguns ambientes escolares que não dão valor que à EMRC, quer por que incomoda, e isso acontece porque se desconhece as aprendizagens essenciais propostas, ou por que simplesmente existe um elevado grau de desconhecimento da Lei e se coloca a disciplina como um suplemento, e não como uma disciplina curricular que é por direito”.

Para a nova responsável a EMRC está na escola “a partir da matriz cristã e com uma chave concreta de leitura da realidade” mas sempre, “como uma porta aberta a todos, um espaço de diálogo, de escuta, de análise e debate para o bem comum da sociedade”.

Imagem: SDER LISBOA

Educris|23.07.2022



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