Madrid: «Estudo da Religião ajuda jovens a ler mundo global», D. Angelo Zani

Secretário da Congregação para a Educação Católica pediu “mais e melhor formação” para os professores de Religião

O arcebispo D. Angelo Zani, da Congregação para a Educação Católica, órgão da Santa Sé, afirmou ser necessário “mais e melhor formação” neste setor pois na educação “a improvisação é nociva”, alertou.

“Neste setor do ensino a improvisação é nociva. A formação é uma das necessidades intrínsecas mais importantes. Por isso, olhando o futuro, é preciso criar centros formativos para professores. As universidades devem organizar cursos de formação específica para que os professores possam lecionar com competência e eficácia”, apelou no final do I Congresso Iberoamericano de professores de Religião, que Madrid acolheu no passado fim de semana.

Numa videomensagem, enviada aos mais de mil participantes da iniciativa, o prelado apontou a educação como uma das “tarefas mais complexa” e que é hoje “desafiada pelas rápidas mutações sociais, económicos e culturais”.

“Para ajudarmos os nossos alunos a ler o mundo de forma cada vez mais global é importante continuar a oferecer a todos uma educação integral onde o estudo do fenómeno religioso tem um lugar, um tempo e um espaço fundamentais”, reforçou.

Alegrando-se pela iniciativa, que juntou professores da Espanha, América latina e Portugal, D. Angelo Zani apelou a que o ensino da religião nas escolas permita “formar indivíduos capazes de respeitar a identidade da cultura, da história, da religião e os sofrimentos e necessidade dos outros, com a consciência de que ‘todos somos verdadeiramente responsáveis de todos’”, apelou citando carta encíclica Solititudo Rei Socialis, de São João Paulo II.

“É aqui que o ensino da religião se constitui como uma exigência da conceção antropológica, aberta à dimensão transcendente do ser humano. Sem esta matéria os alunos seriam mais pobres porque ficariam privados de um elemento essencial para a sua formação e desenvolvimento pessoal”, alertou.

Lembrando que o estudo e o acesso à disciplina se faz num quadro de “liberdade religiosa”, onde o “estado verdadeiramente democrático que se põe ao serviço dos cidadãos respeitando os seus direitos  e convicções”, o responsável católico sustentou que a mesma “propõe ao aluno a conceção da vida de grande altura moral, à luz dos valores evangélicos da verdade, justiça e solidariedade”, que “interpelam a consciência e a ação humana” contribuindo para que cada um “encontre a resposta à necessidade de sentido que transporta consigo”.

No final da sua intervenção, e dirigindo-se aos responsáveis políticos, o secretário da Congregação do Vaticano apelou a que se “respeite o lugar da disciplina” e se ajude a “desenvolver um programa com os melhores meios didáticos disponíveis hoje”.

Segundo a organização participaram no I Encontro Iberoamericano de professores de Religião mais de mil docentes.

De Portugal estiveram presentes Fernando Moita, diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), António Cordeiro, coordenador do departamento de EMRC no SNEC, Fátima Nunes e Manuel Esteves, da equipa nacional da EMRC.

O II Congresso Iberoamericano de professores de Religião está já agendado para dia 15 de abril de 2023 em Madrid.

Educris|10.05.2022



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