«Precisamos de atualizar o modo de ser Igreja», Cónego Luís Miguel F. Rodrigues

Roménia: «Precisamos de atualizar o modo de ser Igreja», Cónego Luís Miguel F. Rodrigues

Vigário Episcopal para a Educação Cristã, da Arquidiocese de Braga, destaca importância de “anunciar o evangelho da Esperança” numa europa envelhecida

O cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues foi hoje eleito para o Comité diretivo da Equipa Europeia de Catequese no decorrer do Congresso desta equipa que decorre em Cluj, na Roménia, até ao próximo dia 2 de junho.

“Esta eleição é, antes de mais, um sinal de reconhecimento do ambiente de onde se veem. Significa que as congéneres da catequese presentes reconhecem o bom trabalho que nesta área se vai fazendo em Portugal”, afirmou em declarações ao EDUCRIS.

Presente na iniciativa que aprofunda as relações entre a «catequese, liturgia e experiência humana», vice diretor da Faculdade de Teolia, e diretor do Instituto de Ciência Religiosas RELIGARE, da Arquidiocese de Braga, considera que a experiência de Cluj mostra “que é possível fazermos caminho todos juntos, como cristãos”, independentemente “da matriz cultural de cada um”.

“Estes dias em Cluj tem sido de uma riqueza incrível. Aqui se reuniram experiências vindas das várias igrejas. Temos a igreja greco-romana, a igreja romana, a igreja ortodoxa e a igreja reforma. Neste território trabalha-se em conjunto e olha-se mais para o que nos une do que o que nos distingue e isso permite fazer caminho”, desenvolveu.

Perante a dinâmica a que se vai assistindo na igreja europeia o cónego Luís Miguel considera que é tempo “perceber que os discursos fatalistas sobre o fim da paróquia, os fins da catequese, entre outros”, foram exagerados.

“Os que anunciam a morte da catequese foram exagerados. Todos os discursos do fim da paróquia, do fim da igreja como conhecemos é extremista. Há dificuldades e há caminhos. Ao ver o trabalho desta equipa europeia de catequese, que junta a experiência de todo o continente, tomamos consciência da enorme riqueza que existe”.

Com novas funções na catequese europeia o sacerdote considera que é tempo de “voltar ao texto do Papa São João Paulo II” para ser “anunciado o Evangelho da Esperança”.

“Temos de parar de pensar a catequese à margem da igreja e da comunidade. Existe uma comunidade que celebra e faz catequese e celebra e faz caridade. Pensar a catequese à margem da liturgia não dá bom resultado. Como nos diz o Papa Francisco ‘não nos retirem a mística de viver juntos’”, afirma.

Em vésperas de eleições europeias, e com o tema da ‘diversidade e da identidade cultural’ a perpassar pelas diferentes realidades nacionais, o cónego Luís Miguel sustenta que é tempo de em Igreja se buscar “o possível e não o perfeito”.

“Andámos demasiado temo à procura do perfeito. Precisamos hoje de recuperar movimentos de inculturação verdadeira para reconhecermos que existem muitas formas de viver a fé, por vezes estranhas para o nosso entendimento, mas não menos ortodoxas ou verdadeiras. Temos de fazer um esforço de nos atualizarmos afetiva e temporalmente”, finaliza.

«Catequese, liturgia e experiência humana» é o tema do Congresso que a Equipa Europeia de Catequese promove na Roménia até ao próximo dia 2 de junho. Portugal faz-se representar no Congresso da Equipa Europeia de Catequese, por Fernando Moita, diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), a irmã Arminda Faustino, coordenadora do Departamento de Catequese do SNEC, Isabel Oliveira, da Catequese do Porto, bem como o cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, da Arquidiocese de Braga, o padre Vasco Gonçalves, de Viana do Castelo e o padre José Henriques Pedrosa, da diocese de Leiria-Fátima.

Imagem: Padre José Henriques Pedrosa

Educris|31.05.2024



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