Lamego: Catequese aposta na «formação» e no conhecimento da realidade diocesana

Bispo de Lamego nomeou nova equipa para a Catequese

Adelaide Melo é a nossa responsável diocesana pela Catequese na única diocese do país que não é capital de distrito. Ao EDUCRIS a gestora comercial de formação confidencia que acolheu o “convite como um grande voto de confiança” nela própria e na “equipa que me acompanha”. A maioria dos membros da nova equipa diocesana de Catequese transita “dos grupos dos «Convívios Fraternos» e da Pastoral Juvenil”.

“Temos dinamizado muitas atividades por toda a diocese de Lamego. Talvez por isso, e pelo facto de trabalharmos juntos há muitos anos, de sabermos bem quais as características de cada um, e de conhecermos bem o território e as suas gentes, tenhamos merecido o convite do sr. D. António Couto”, afirma Adelaide Melo.

Para a nova responsável a aposta na catequese reflete a ideia de que “os leigos empenhados e envolvidos na Igreja podem ser uma mais-valia”. Numa primeira fase a equipa constituída por Susana Matias, Judite Silva, João Pedro Borges, Cátia Carneiro e que tem como assistente o padre Diamantino Alvaíde, promete “trabalhar em bloco” para “conhecer rapidamente a realidade catequética da diocese”.

“Futuramente pretendemos ‘especializar-nos’, cada um num tempo catequético distinto, ou seja, catequese de infância, catequese da adolescência e catequese de adultos”, sustenta.

Como região do interior do país, também Lamego sofre os efeitos da desertificação e do envelhecimento populacional.

“Teremos, acreditamos nós, cerca de três centenas de catequistas em toda a diocese. Não sabemos hoje quantas crianças, adolescentes e jovens adultos frequentam a catequese. A maioria dos jovens concentra-se em três ou quatro concelhos, no oeste da diocese. Os outros dez concelhos situam-se em regiões mais rurais, desertificadas e envelhecidas”, lamenta.

Com uma extensão territorial ainda considerável, e uma grande diversidade populacional, Adelaide Melo, e a equipa diocesana, querem “estar presentes em todos os locais”.

“Tenham eles mais ou menos crianças, maior ou menor necessidade de formação queremos estar em todos os locais. Todos são importantes, quer para o crescimento desta equipa, quer para o desenvolvimento do trabalho a que nos propomos”, desenvolve.

Numa primeira análise ao Diretório para a Catequese e ao «Itinerário de iniciação à vida cristã das crianças e dos adolescentes com as famílias», a responsável considera que os mesmos “precisam ainda de ser melhor explorados e dados a conhecer”, uma vez que “são dois instrumentos muito válidos e atuais”, ainda que “não possam ser já aplicados em toda a diocese”.

“Na realidade concreta da diocese de Lamego, há uma parte bastante grande do nosso território onde não é possível concretizar este itinerário por falta de crianças e adolescentes. Temos a noção exata de que em muitas paróquias, dada a sua pequeníssima dimensão, ou não há catequese, ou se há, não obedece literalmente ao Itinerário proposto”, lamenta.

A dias do início de novo ano a equipa diocesana compromete-se a “dar formações em arciprestados e paróquias”, tendo já em mente a realização do percurso «Ser Catequista» em vários pontos da diocese e considera a “intergeracionalidade” uma mais valia a aprofundar.

“Nas dioceses do interior, como é o caso da nossa diocese de Lamego, é cada vez mais notório a desertificação das aldeias e das pequenas vilas e também as populações cada vez mais envelhecidas. Se por um lado temos sempre muito que aprender com as gerações que nos antecederam, por outro não é fácil passar estes conhecimentos quando em muitas aldeias não há uma única criança e quando há não podemos deixar que esta criança não interaja com outras da sua idade. É muito importante dinamizar, através das crianças e dos adolescentes, esta interação geracional e ir sobretudo às aldeias onde as crianças têm que se deslocar para terem catequese, afirmando assim que todos somos filhos do mesmo Deus, independentemente do sítio onde habitamos e que a Igreja está connosco”, completa.

Perfil

Adelaide Melo é catequista há 30 anos na Paróquia de São Pedro de Tarouca. Gestora comercial de formação trabalha atualmente na área da mediação imobiliária. Fez-se catequista por que acredita “que o papel do catequista é fundamental no crescimento da fé”.

“Acho que a melhor forma de transmitir e expressar a minha fé é através do testemunho da minha vida e isso faz com que também eu cresça diariamente para que o meu testemunho seja coerente com o papel do cristão na sociedade”.

Educris|22.12.2023



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