Algarve: «Acompanhar os mais novos para que sejam cristãos empreendedores», Isabel Oliveira

Catequeta apresentou 'experiências catequéticas com crianças e adolescentes', e desafiou agentes a “acompanhar os mais novos para serem cristãos empreendedores”

“Trabalhar a contemplação, ensinar a meditar e a conhecer-se a si mesmo, para que Deus possa falar”, foram alguns dos desafios que Isabel Oliveira deixou hoje aos catequistas do Algarve.

Reunidos na paróquia de Altura, no sotavento algarvio, quase duas centenas de agentes de pastoral escutaram a especialista criticar “o modo como insistimos em fazer uma catequese desencarnada da vida”.

“Temos dificuldade em perceber que somos cristãos, e isso implica estabelecer uma dinâmica entre a Palavra e a Vida. Não se pode ler a Palavra, meditá-la, rezar e ficar na mesma, sem a consequência que é a ação em favor dos outros”, afirmou.

No regresso do «Dia Diocesano do Catequista» ao modo presencial, após a pandemia covid-19, os catequistas foram desafiados a uma “catequese catecumenal, mistagógica e querigmática”.

“Precisamos de um novo paradigma que está já presente quer no Diretório para a Catequese, quer no Itinerário de iniciação à vida cristã das crianças e dos adolescentes com as famílias.

“Nestes dois documentos torna-se claro que o catequista não é um professor, mas alguém que acompanha, que faz caminho em conjunto. Isso implica deixar de estar sempre a dizer o que fazer mas ajudar a que as crianças e os adolescentes escutem o seu próprio silêncio, o lugar onde Deus fala em primeiro lugar”, afirmou.

Na formação «Catequista: discípulo e construtor de Comunidade», a diretora do Secretariado da Educação Cristã- da Diocese do Porto, convidou os catequistas a uma “catequese de inspiração catecumenal, missionária que inicia à fé e vida cristã”.

“Não se trata de realizar atividades, uma atrás das outras. Trata-se de criar espaço para a ação do Espirito Santo naqueles que acompanhamos. Com o Espirito Santo, que vai à nossa frente, a passa a ser uma experiência de fé e de vida”, desenvolveu.

Na sessão a especialista em catequese apresentou vários exemplos práticos de meditação, Lectio Divina, e trabalho desenvolvido pelas crianças da Diocese Portuense na infância e adolescência.

Num novo paradigma de catequese que exige uma maior “experiência no caminho da fé ao próprio catequista”, Isabel Oliveira desafiou à “colegialidade com a comunidade, a começar pelo pároco”, de modo a garantir “que a tarefa da catequese é realizada em nome da comunidade e não por alguém que chama a si mas corre o risco de não convocar para Cristo”.

“Temos de aprender a ser discípulos pois quando o catequista é discípulo caminha com o mestre e pode ser testemunha da fé, guardião da memória de Deus, mestre e mistagogo, acompanhador e educador. Só quando estamos em comunhão entre todos é que vemos bem o caminho”, desenvolveu.

Numa catequese que quer estar “presente em todas as dinâmicas da vida semanal”, torna-se necessário “criar projetos em grupo que privilegiem a oração e a caridade”.

“Sobretudo na adolescência trata-se de despertar os mais novos para as situações que perigam a dignidade, seja em casa, na Igreja ou nas comunidades de onde proveem. Trata-se de desassossegar e levar à dimensão do serviço, sempre em comunhão eclesial, e procurando que eles sejam os protagonistas das diversas iniciativas, por que isso ajuda-os a formar grupo, inserido numa comunidade crente”, explicou.

O Dia Diocesano do Catequista foi promovido pelo Setor da Catequese da Infância e Adolescência da Diocese do Algarve e contou com a presença de D. Manuel Quintas, Bispo do Algarve. Na iniciativa foram agraciados os catequistas que celebraram 25 anos, ou mais, na tarefa da catequese e entregues os certificados dos que realizaram, em contexto de pandemia, a formação ‘Ser Catequista’.

Educris|22.01.2023



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