Igreja: Pastoral Nacional dos Ciganos lamenta «discriminação» em «Dia Nacional do Cigano

Diretor nacional da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos lembra necessidade de maior acesso à “educação, habitação e saúde” por parte desta comunidade

Assinala-se amanhã o «Dia Nacional do Cigano». Em plena “festa de São João Batista, um santo tradicionalmente festejado pelos ciganos portugueses”, o Diretor Pastoral Nacional dos Ciganos, Hélder Afonso, expressa o lamento de ainda hoje esta comunidade enfrentar “em alguns locais, uma realidade de marginalização, especialmente no acesso à educação, saúde e habitação”.

“Muitas vezes, essa marginalização é alimentada pela falta de conhecimento sobre a cultura cigana, as suas particularidades e seu modo de vida”.

Numa mensagem enviada hoje ao EDUCRIS o diretor nacional diz-se esperançado de que esta data sirva para “reverter esta situação de afastamento e desconhecimento, celebrando com as comunidades ciganas as suas tradições”, e alerte toda a comunidade para “as suas dificuldades no acesso a diversos serviços públicos, o que as torna mais vulneráveis à exclusão social”.

“A educação, a habitação e a saúde são pilares fundamentais na erradicação de preconceitos, racismo e xenofobia. Queremos promover uma convivência saudável onde diferentes culturas e tradições possam coexistir em diálogo e integração, sem isolamento ou desrespeito pelos direitos e dignidade de cada um”, apela.

Citando o Papa, no encontro que manteve com a comunidade cigana em 2025, aquando da Peregrinação do Povo Cigano, Helder Afonso expressa o desejo de “que as crianças e os jovens ciganos possam ser um precioso tesouro, capazes de despertar consciências e construir pontes nas periferias humanas, seguindo o exemplo do Beato Zeferino Giménez Malla, cigano de virtudes cristãs, humildade, honestidade e devoção a Nossa Senhora, sendo um modelo a seguir.

“No Dia Nacional do Cigano, que a Igreja em Portugal se proponha caminhar para a comunhão com as populações ciganas portuguesas. Que estas, sentindo-se compreendidas e acolhidas pela Igreja Católica, colaborem na superação da distância que infelizmente ainda separa muitas delas de uma vida digna e plenamente participada na cidadania cigana e portuguesa”, completa.

Foto de Michael Schmid na Unsplash

Educris|23.06.2024



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