Opinião: «Faz-te ao Largo», por José Manuel Leite Teixeira

“Faz-te ao largo” – (Lc 5, 1-5)

É preciso perceber quanto fizemos e quanto bem fazemos. Desafio é cada dia levantar, motivar-se, rejuvenescer, viver. Tenho de mudar para me sentir vivo e cada dia rejuvenescido. Estou sempre a caminhar na direção de algum sonho, de algum lugar imprescindível, de algum verso, de alguma boa história? A escola precisa de tudo o que transportamos. O melhor é sempre o que sabemos fazer bem.

Há pequenas coisas que transformam as pessoas e as sociedades. Quem trabalha na escola com o futuro, sabe que apenas semeia. Colher não é para nós, embora haja bons exemplos de gente que semeou com sabedoria, empenho e arte, e… e ainda teve a sorte/tempo de ver como cresceu e que fruto deu a sua sementeira.

O ato educativo é desafiante. Mas é necessário acreditar que não estamos sozinhos. Precisamos de ter a humildade de reconhecer que, em todos os momentos, somos as mãos, as palavras e os gestos de muitos e muitas luzinhas, de Deus, que nos precederam ou comtemplam. Se tudo dependesse de nós, não teríamos coragem, força, ou como sair de casa todos os dias.

Existe uma energia invisível que nos empurra e potencia. Mesmo aqueles e aquelas de nós que se julgam automotores e automotoras imparáveis… Todos temos dias felicíssimos na escola e também todos já experimentámos dias traumatizantes. Tudo faz parte. Nenhuma das nossas rugas, erros ou desventuras são para menosprezar.

Há muito que promovemos a verdadeira Paz como elemento central na educação, da vida em comunhão e do desenvolvimento humano. Hoje isso parece mais urgente ainda. Nunca uma guerra nos pareceu tão estúpida e as destruições e mortes tão inaceitáveis. Quem de nós é motor-impulsionador, na escola? Quem de nós já desistiu de ser motor-impulsionador na escola? Motor-impulsionador para o conhecimento, para o saber, para os valores da vida e da paz, mas PAZ que seja verdadeira, não um tipo de paz que aprisione alguns que não vemos como dignos de serem livres, independentes e senhores dos seus destinos.

Ainda há muito trabalho para fazer antes de vivermos as nossas merecidas férias. Quando esse momento chegar, tenta limpar o teu coração e a tua mente de tudo o que não te faz falta. Se fores como eu, durante o ano enches a tua “casa” de tretas que só te impedem de andar mais leve, livre e feliz. Então ouve música, limpa, reza, lê poesia, memoriza boas histórias e conta-as a alguém, ou… ou guarda-as bem guardadas para as contares a partir de setembro.

José Manuel Leite Teixeira

 Educris|4.07.2022



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