Ângelus: Papa desafia a «entrar no deserto interior para contactar a verdade», em tempo de Quaresma

Francisco convidou os crentes a discernir as “feras e os anjos” que habitam o intimo de cada um de modo a percorrer o caminho da Quaresma

O Papa afirmou hoje que o tempo de Quaresma é o momento para “entra no deserto, no silêncio, no mundo interior, na escuta do coração, no contacto com a verdade”.

“Vemos hoje, no Evangelho deste Domingo que Cristo «estava com as feras e os anjos serviam-no» (v. 13). As feras e os anjos eram a sua companhia. Mas, em sentido simbólico, são também a nossa companhia: quando entramos no deserto interior, de facto, podemos encontrar aí feras e anjos”, afirmou.

Antes da recitação da oração mariana do Ângelus, e antes mesmo de partir para exercicios espirituais com toda a cúria romana, Francisco explicou que as “feras” são “as paixões desornedadas que dividem o coração e procuram possuí-lo”.

“Podemos nomear estas feras como os vários vícios, a ambição da riqueza, que nos aprisionam no cálculo e na insatisfação, a vaidade do prazer, que nos condena ao desassossego e à solidão, e ainda a avidez da fama, que gera insegurança e uma necessidade constante de confirmação e de protagonismo - não esqueçamos estas coisas que podemos encontrar dentro de nós: a ambição, a vaidade e a avidez”, desenvolveu.

Para Francisco a Quaresma deve ser “o tempo de entrar no deserto interior para domar e combater estas coisas”.

“De outro modo elas devorarão a nossa liberdade”, alertou.

Olhando, em seguida, para a figura dos “anjos” que também aparecem no “deserto de Jesus”, o papa apresentou-os como “os mensageiros de Deus, que nos ajudam e nos fazem be”.

“São o posto das feras. Exatamente o contrário da posse, típica das paixões. Serviço contra a posse. Os espíritos angélicos suscitam os bons pensamentos e sentimentos sugeridos pelo Espírito Santo. Enquanto as tentações nos dilaceram, as boas inspirações divinas unem-nos e fazem-nos entrar na harmonia: tranquilizam o coração, incutem o gosto de Cristo, ‘o sabor do Céu´”, sustentou.

No final da sua meditação o papa desafiiou os crentes a meditar em algumas questões no decorrer desta primeira semana de Quaresma.

“Quais são as paixões desordenadas, as ‘feras selvagens’ que se agitam no meu coração? Em segundo lugar, para deixar que a voz de Deus fale ao meu coração e o mantenha no bem, estou a pensar em retirar-me um pouco para o ‘deserto’, procuro dedicar-lhe durante o dia um espaço para isto?”, concluiu.

Educris|18.02.2024



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