Vaticano: Francisco convoca a Igreja a «Dia de oração e jejum» pela paz

Pedido ocorreu no final da recitação do Ângelus, neste XXVIII Domingo do Tempo Comum

O Papa convocou hoje os cristãos para um dia de oração e Jesus pela paz no mundo, com destaque para a Ucrânia e a Terra Santa.

“A oração é a força gentil e santa para se opor à força diabólica do ódio, do terrorismo e da guerra. Convido todos os crentes a unirem-se à Igreja na Terra Santa e a dedicarem a próxima terça-feira, 17 de outubro, à oração e ao jejum”, afirmou perante centenas de peregrinos que se encontravam reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano.

Após a oração mariana do Ângelus, Francisco lembrou o 80º aniversário do ataque nazi à comunidade judaica de Roma, que amanhã de assinala, e o conflito que se mantém e agrava, de dia para dia, na região de Nagorno-Karabakh, nas montanhas do Cáucaso.

“Além da situação humanitária dos deslocados – que é grave – gostaria de fazer um apelo especial à proteção dos mosteiros e locais de culto na região. Desejo que, a partir das autoridades e de todos os habitantes, estes possam ser respeitados e protegidos como parte da cultura local, expressão de fé e sinal de uma fraternidade que permite viver juntos na diferença”, apelou.

Mostrando-se consternado pela situação que se vive na Terra Santa o Papa argentino apelou à abertura de “corredores humanitários” e à libertação dos reféns.

“Acompanho com grande dor o que está a acontecer em Israel e na Palestina. Penso em tantos..., especialmente nos pequenos e nos idosos. Renovo o meu apelo à libertação dos reféns e peço veementemente que as crianças, os doentes, os idosos, as mulheres e todos os civis não se tornem vítimas do conflito. Que o direito humanitário seja respeitado, especialmente em Gaza, onde é urgente e necessário garantir corredores humanitários e ajudar toda a população”.

Com visível comoção, e um dia após ter afirmado ao jornalista português Henrique Cymerman, ter a certeza de “haver aí companheiros meus”, o Papa pediu o fim do derramamento de sangue inocente.

“Irmãos e irmãs, muitos já morreram. Por favor, não deixemos que mais sangue inocente seja derramado, nem na Terra Santa, nem na Ucrânia, nem em qualquer outro lugar! Chega! As guerras são sempre uma derrota, sempre”.

Também de ontem chegam notícias de que o Papa telefonou à única paróquia de Gaza, dando conta da sua proximidade e de todo o trabalho que a Santa Sé tem desenvolvido para evitar a continuação do derramamento de Sangue.

“O Papa, depois de várias tentativas, conseguiu falar com o vigário paroquial que está em Gaza, o padre Youssef, e perguntou-lhe como estavam, perguntou pelas muitas crianças, cristãs e muçulmanas, assistidas pelas irmãs da Caridade, e garantiu que está a fazer tudo o que é possível por esta situação”, explicou Gabriel Romanelli, pároco da Sagrada Família, a única igreja católica da Faixa de Gaza, citado pela Agência Lusa.

Também o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, telefonou também este sábado ao primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, Mohammad Shtayyeh, para lhe manifestar o seu pesar pelo que está a acontecer na Faixa de Gaza. Há dois dias o responsável pela diplomacia do Vaticano, em entrevista, considerou o ataque do Hamas como “desumano” e lembrou a Israel que “o atacado tem o direito de se defender, mas a autodefesa também deve respeitar o parâmetro da proporcionalidade”.

“A prioridade é a libertação dos reféns e a Santa Sé está pronta para qualquer mediação necessária”, afirmou ao portal Vatican News.

Imagem: Arquivo

Educris|15.10.2023



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades