Vaticano: D. Américo Aguiar é o 47º cardeal português

Francisco pediu ao prelado para ter “Setúbal no coração” na cerimónia de imposição do anel e do barrete vermelho e da entrega da bula de nomeação

Portugal passa hoje a contar com novos cardeais. São agora seis os “colaboradores mais diretos do Papa Francisco”, quatro deles com “direito a voto num futuro conclave para a eleição de novo pontífice”.

Na manhã deste sábado D. Américo Aguiar foi o 17º de uma lista de 21 novos cardeais para a Igreja Católica naquele que foi o novo consistório ordinário público do Papa Francisco.

O até há dias auxiliar de Lisboa, e presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, confidenciou aos jornalistas que no momento de imposição do pálio cardinalício o Papa Francisco lhe pediu para “ter Setúbal no coração”, diocese para a qual está já eleito.

Depois de escutar o Papa Francisco pedir aos cardeais para serem “uma orquestra bem afinada”, D. Américo Aguiar recebeu o anel e barrete cardinalícios, assim como a bula de criação, tendo-lhe sido atribuído o título da Igreja de Santo António de Pádua na Via Merulana, em Roma, a mesma que já tido os cardeais D. António Ribeiro e D. Cláudio Hummes como titulares, num sinal de união ao Papa e à cidade de Roma.

O bispo Américo Aguiar afirmou hoje que o Papa lhe disse para ter “Setúbal no seu coração”, quando foi investido cardeal por Francisco, no consistório na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano.

No final da cerimónia, e no momento de cumprimentos aos novos cardeis, D. Américo Aguiar recebeu os cumprimentos de diversas entidades civis, eclesiásticas e políticas portuguesas, incluindo a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, em representação do Governo, o ministro das Finanças e ex-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, ou o presidente do Partido Socialista, Carlos César.

Ao abordar a Igreja que lhe foi atribuída em Roma o prelado mostrou-se agradecido pela história de que agora fará parte.

“Para mim, é particularmente significativo que esta Igreja tenha sido a Igreja titular do cardeal António Ribeiro e também do cardeal Hummes, o culpado do nome Francisco. Tudo isto são sinais, recados e provocações que coloco no coração”, precisou.

Ao recordar a cerimónia D. Américo Aguiar deu conta de que fez memória da vigília na Praça de São Pedro, na Quaresma de 2020, em plena pandemia de covid-19.

“Senti a partilha desse peso, dessa caminhada. Depois, ‘In manus tuas’ [ndr: nas tuas mãos, lema episcopal]”, prosseguiu, referindo que, a partir do momento que se entrega “nas mãos de Deus, seja o que Deus quiser”.

Num tom bem-humorado o bispo eleito de Setúbal recordou as palavras do Papa na cerimónia, para lembrar que não é “muito bom a música”, mas que agora faz parte de “uma orquestra sinfónica e sinodal.

“E agora vamos dar música, isso é que é preciso”, declarou.

Comentando o abraço demorado a Francisco, D. Américo afirmou que sempre que se encontra com o Papa tem “este gesto de simpatia, de carinho, de avô, de neto, de pai, do filho, de sucessor de Pedro e de colaborador próximo”.

Com 49 anos D. Américo Aguiar, torna-se o mais novo cardeal da Igreja Católica. Ordenado sacerdote em 2001, sendo integrado na Diocese do Porto, ali desempenhou vários cargos, como pároco e vigário-geral. Foi também diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Portuguesa e presidente da Irmandade dos Clérigos, antes de ingressar na Diocese de Lisboa, onde foi bispo auxiliar.

Imagem: Vatican Media

Educris|30.09.2023



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