Formação Permanente

«Não basta, porém, atingir inicialmente um bom nível de preparação. É necessário mantê-lo e aperfeiçoá-lo através de uma actualização adequada. Uma preparação insuficiente das aulas ou uma estagnação nos métodos pedagógicos fazem decair a qualidade do ensino, em prejuízo tanto da formação integral do aluno para o qual são chamados a contribuir, como de testemunhas de vida que são obrigados a dar»

 cfr. O Leigo católico testemunha de fé na escola , nº 27.

FINALIDADES

O Estatuto da Carreira Docente estabelece que a formação permanente é um dever de todos os professores em exercício e, por isso, também dos professores de Educação Moral e Religiosa Católica.

A formação dos professores de EMRC deve abranger os domínios comuns à generalidade dos docentes na área da pedagogia, mas não pode nem deve descurar a formação específica.

A formação permanente possui, para os professores, os seguintes objectivos:

  • Assegurar a sua actualização;
  • Assegurar o seu aperfeiçoamento;
  • Apoiar a sua actividade profissional;
  • Progredir na carreira para os professores do quadro;
  • Qualificar dos professores que leccionam nas escolas;
  • Preparar para os novos papéis educativo-pedagógicos;
  • Melhorar o conhecimento, as competências e atitudes dos professores;
  • Apoiar a introdução de reformas e revisões curriculares;

IMPORTÂNCIA

A formação de professores é geralmente entendida como um contributo crucial para o sucesso das escolas e das tarefas de ensino-aprendizagem. Pede-se frequentemente aos professores que respondam a novos desafios do ponto de vista social e científico e que promovam respostas eficazes, em tempo real e âmbitos diversos, e os professores sentem constantemente que não estão preparados para resolver grande parte dos complexos problemas com que se confrontam e que muitos destes se afastam da sua formação de base e até da vocação inicial que a esta conduziu.

O aumento da circulação de informação, assim como o rápido desenvolvimento científico e tecnológico da nossa sociedade, sobrecarregam os programas escolares e exigem novas competências no manejo do conhecimento e na capacidade de o apresentar de uma forma atractiva, uma vez que outras fontes de informação habituam os alunos a padrões de exposição sofisticados e variados. Num curto espaço de tempo, o professor passou, sucessivamente, por um modelo profissional de depositário de um saber que deveria ser vertido nas mentes mais ou menos vazias dos alunos, para se tornar um gestor do saber, um acompanhante, não demasiado interveniente, na aventura de aprender centrada nos interesses e necessidades dos alunos, frequentemente instados a construir sem conhecer previamente os planos e as regras da construção.

Estes novos desafios, claramente, reclamam das escolas um tipo de formação dinâmica, diferenciada e promotora de capacidades de adaptação e desenvolvimento pessoal. Os professores necessitam adaptar-se e progredir. Assim, é pedido ao professor que defina estratégias para atingir metas e articular recursos, que saiba trabalhar em equipa, ouvir e dialogar, que aprenda a delegar, a reconhecer e apoiar a iniciativa e autonomia dos alunos. Pede-se-lhe também que ajude alunos e colegas a desenvolver-se, discutindo, planeando e promovendo competências, tendo sempre como foco o atingir das metas definidas. E ainda, que seja receptivo à inovação, curioso, alguém que aprende, de forma permanente e capaz, que desperta confiança nos alunos e os inspira pela sua sensatez, maturidade, responsabilidade, dinamismo e credibilidade.

RESPONSABILIDADE

A responsabilidade pela formação permanente dos docentes de EMRC é dos Secretariados Diocesanos que a poderão efectuar em parceria com Centros de Formação de Professores e/ou com Instituições de Ensino Superior para tal vocacionadas. Pode também ser organizada pelas escolas ou oferecida por agências externas, ser obrigatória ou de frequência voluntária.

Porém, nenhum professor se deve sentir afastado da responsabilidade da sua formação. Ela não cabe, em primeira-mão, às autoridades competentes, mas a si próprio. A organização das acções de formação só será verdadeiramente útil se os professores se empenharem e se estiverem motivados para a sua auto-formação.

Vivemos, hoje, num mundo em que os acontecimentos se precipitam. Cabe a cada professor estar a par da realidade. Os docentes devem ser agentes da sua formação, procurando respostas para as suas próprias dúvidas, estudando as temáticas mais relevantes para a sua actividade docente, propondo aos Secretariados Diocesanos temáticas interessantes para futuras acções de formação.

FORMAÇÃO CONTÍNUA

Com base nas novas orientações para a Formação Contínua de Professores do Quadro colocados pelo Desp. n.º 16794/05 (50% da formação contínua deve ser na área específica de leccionação), o Secretariado Nacional da Educação Cristã, sector da EMRC, sob orientação da Comissão Episcopal da Educação Cristã, está a preparar um documento orientador da Formação Contínua específica da nossa disciplina de EMRC. Após uma auscultação das opiniões e sugestões dos Secretariados Diocesanos do Ensino Religioso, criou-se um grupo de trabalho que, através de uma reflexão aprofundada e acolhendo as sugestões, apresentará uma proposta, para aprovação superior, de um documento que se pretende de apoio aos planos de formação de professores de EMRC, organizados pelo Secretariados Diocesanos.



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