IV Jornada de Pastoral desafiou a «gerar processos» mais do que «eventos» no pós JMJ

Iniciativa decorreu hoje, em Fátima, e reuniu responsáveis da pastoral de Instituições de ensino católico, em Portugal

Teresa Folheada disse hoje aos responsáveis pela pastoral das escolas católicas que  é fundamental investir “em processos de acompanhamento, mais do que em eventos” no “acompanhamento dos jovens”.

“Não devemos ter medo de anunciar Jesus Cristo. Tem de estar no ar que se respira em cada colégio”, referiu.

Como antigo membro da equipa que acompanha espiritualmente o Comité de Organização Local, da Jornada Mundial da Juventude, uma “uma novidade na organização do maior evento de jovens do mundo”, Teresa Folheada destacou a necessidade de os responsáveis pela iniciativa da Igreja estarem “profundamente enraizados em Jesus Cristo”, ou “a JMJ transforma-se apenas numa questão de logística”.

“É fundamental o acompanhamento [cum pane: partilha do pão], quer no que à JMJ diz respeito, quer no trabalho dos colégios católicos. Precisamos de investir em processos e não em eventos de modo que falamos caminho”, reforçou.

Numa análise acerca «da Juventude de hoje», o padre Duarte Rosado sj, apontou o digital como “um mundo com muito potencial e algumas condicionantes”.

“Este é um mundo novo para todos. Se por um lado percebemos que condiciona, pelo número de horas que ocupa na vida diária dos jovens, por outro também reconhecemos que pode ser um potenciador”, explicou.

Para o sacerdote jesuíta o “mundo jovem” vive “uma certa saturação de informação e resta pouco tempo para o silencio e a interioridade”.

“O digital traz contigo uma menor imaginação, condiciona o crescimento e não convive bem com a fragilidade”, afirmou apontando algumas das ‘fraquezas do sistema’.

Como “pontos positivos”, da experiência do digital, o padre Duarte Rosado sj apresentou “uma geração aberta aos outros, à diferença e à diversidade, e onde a adesão à fé, não sendo mais imposta pela sociedade, aparece como mais profunda e livre”.

Falando a partir do Panamá, na América Central, a irmã Rosemery Castañeda partilho «A experiência pastoral da Igreja do Panamá, no pós JMJ 2019».

“Após a JMJ surgiram vários projetos liderados por jovens, sobretudo ao nível da pastoral social e das comunidades”, afirmou.

Mostrando “consciente das muitas diferenças entre a América Latina e a realidade europeia” a religiosa destacou, na sua apresentação, a necessidade de  “aprofundar a identidade da juventude”.

‘Peregrinos do Panamá’, uma iniciativa que se debruça sobre a pastoral vocacional social ou a ‘Missão país’, um projeto “mais vocacionado para questões urgentes nas comunidades”, e onde “os jovens assumem a coordenação e são considerados pela hierarquia”, foram “dois dos frutos da JMJ do Panamá”, desenvolveu.

JMJ preparada pelas Escolas Católicas

Em Portugal a Escola Católica tem estado, “desde a primeira hora”, envolvidas com o Comité de organização Local” e desenvolvido “ações de divulgação e sensibilização em contexto escolar”.

“Introduzimos a oração da JMJ nas missas e celebrações das nossas escolas e entrámos na dinâmica do ‘dia 23’ com uma açã concreta em cada mês. Para além disso estamos disponíveis para acolher os jovens peregrinos”, referiu o diácono Fernando Magalhães aquando do encontro com o COL da JMJ de Lisboa.

Em Guimarães, no Colégio de Nossa Senhora da Conceição, os alunos do 9º ano “já visualizaram vários vídeos sobre este grande acontecimento” e estão a “mobilizar-se para ir a Lisboa participar na Jornada Mundial da Juventude”, garante a professora Nazaré Dantas.

Nesta instituição de ensino católico o desafio “possa pela evangelização de toda a comunidade educativa”.

“A JMJ pode, deve e vai ser uma oportunidade, se for bem aproveitada. Não a podemos encarar como um evento, que trará visibilidade para o país e uma experiência incrível para os jovens que participem. É preciso tirar todo o potencial de anunciar um ‘Cristo atual’ e ‘necessário’ para a felicidade pessoal e comunitária” completa.

A IV Jornada de Pastoral das Escolas Católicas é uma organização da Associação Portuguesa de Escolas Católicas. Em Portugal existem cerca de 144 escolas católicas, que são frequentadas por mais de 73000 alunos, desde a creche até ao final do ensino secundário.

Imagem: Nazaré Dantas

Educris|27.01.2023



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